domingo, 22 de maio de 2011

Partindo


Então parti de Navadwip em uma agradável viagem de trem comum que começou de madrugada. As ruas de Navadwip são ainda mais místicas nesse horário. Dessa vez pude passar 3 dias em Calcutá e pude enxergar um tanto mais de charme na cidade que a primeira vista é um pouco chocante devido ao caos e a sujeira; West Bengal até pouco tempo atrás era o único estado comunista e esse é um dos fatores que o fez ficar um pouco atrasado em relação à Índia que cresce vertiginosamente. Foram dias agradáveis na companhia de boas pessoas e tivemos a misericórdia da chuva que trouxe temperaturas mais amenas nessa cidade espantosamente quente no verão. Em Calcutá me despedi da vida no templo lembrando o quanto é importante estarmos em contato formal com esses locais (qualquer que seja sua fonte de inspiração) para que nosso sadhana seja sempre inspirado, mas que nossa devoção e fé sempre caminha conosco em nosso coração, independentemene de onde estejamos.
Voei rumo à charmosa Mumbai, que agora pela segunda vez me parece mais ainda familiar e acolhedora. Mumbai me lembra muito São Paulo, agitada, correta, contemporânea mas cheia de histórias e tradições a contar em cada canto e cada pessoa. Estar em Mumbai outra vez inevitavelmente faz-me refletir em como mudei nessa jornada afinal foi o primeiro lugar que cheguei, e agora o último. Na maior parte do tempo da minha viagem estive focado em meus objetivos e atividades em locais formais e sagrados, aqui na cidade outra vez desfruto da calma e tranquilidade de simplesmente poder ser comum mas sem ser ordinário. Percebo o quanto cobramos de nós mesmos e que dessa forma não nos permitimos momentos simples de conforto e alento... um "praticante de Yoga" deve estar centrado em seus princípios mas sem torná-los dogmas pois tudo que se torna extremamente inflexível se rompe. Descansei, passeei, fui turista, fui aventureiro, e me dei ao luxo de simplesmente estar descompromissado... apenas absorvendo Mumbai e seus encantos. Meus eternos agradecimentos à família Sheth que outra vez me acolheu aqui e me fez sentir parte desse local.
Agora vou-me embora... De volta ao Brasil, de volta a minha vida que não sei como vai ser, de volta à terra que não é minha mas que levo dentro de mim. a Índia também, todos os locais e momentos sagrados voltarão comigo e comigo estarão enquanto respirar...
Uma experiência de partir de nossa zona de conforto além de nos fortalecer nos força a entender que o melhor lugar para se estar não é aquele que sonhamos mas AQUI, e o momento mais importante é AGORA. Os lugares sagrados andarão comigo, e espero eu poder lembrar que eles estão aonde minha atenção estiver.
Adeus Índia, até nosso próximo reencontro, sentirei sua falta mas não lamentarei pois tenho a fé que você ajudou a fortalecer. Jay hind!


Shanti, Shanti, Shanti,
Haribol,
Namaste.

*não encontro meu cabo, portanto não postarei agora fotos dessa última parte da viagem.










Nenhum comentário:

Postar um comentário