sábado, 26 de fevereiro de 2011

अथा योग अनुशाशानाम

atha yoga anushasanam

É com essa declaração que Patanjali inicia seu Yoga Sutras. Os Sutras (literamente "fios") são tratados que visam exprimir o máximo de significado com o mínimo de palavras, permitindo então grandes interpretações para um único verso.

Este primeiro "verso" não seria diferente. Muitas interpretações já foram feitas sobre tal e não quero me aprofundar tanto em especulações (mesmo porque não me sinto capaz para tal), quero, portanto, adentrar ao que de mais básico e instigante tal verso traz a mim.

Traduzido normalmente como "Agora inicia-se o Yoga", ou a exposição de tal disciplina, temos como primeira palavra "agora". "Agora" parece uma palavra que não requer interpretações, todos temos uma noção mais ou menos clara do que seria o "agora"; porém, considero alguns fatores relevantes em tal: Quando dizemos agora, referimo-nos ao momento presente que é o resultado de uma conjunção de fatores do passado. Portanto entende-se que o "Agora" existe após o leitor ter-se tornado apto e portanto ele irá receber a explanação sobre o Yoga.

Ficamos aí com os 2 fatores que considero mais importantes:
- Agora que você passou por tudo, pelo preparo, pelo merecimento, pelas escolhas, inicia-se o Yoga.
- Ele inicia-se Agora, não amanhã, nem ontem, Yoga é Presença.

Portanto, Agora praticamos o Yoga, não amanhã quando chegarmos na aula e estendermos o tapetinho, não mês que vem quando eu viajar a Índia, AGORA. Se você lê esse texto agora, agora pratica Yoga se tua atenção e presença estão voltadas a tal. Se você cozinha, trabalha, varre o chão, é também AGORA que pratica o Yoga - Agora que colocaste tua intenção e nela tornaste presente.

Que possa então nosso Yoga, nossas ações, nossa atenção e sentimentos serem oferecidos ao Supremo.

Namastê,
Hare Krsna.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Primeiros Passos

Tentando iniciar o primeiro post desse blog, procurei tentar resgatar o sentimento que me invadiu quando iniciei minha prática de Yoga. A princípio palavras clichês surgiram... contentamento, realização, paz... são palavras lindas que não renego, mas considero petulância minha ser digno delas. De fato uma sensação muito boa me invadiu quando fiz minha primeira aula de Hatha Yoga, anos atrás, mas justamente esse fato gera outro questionamento: Estou eu falando apenas de Hatha Yoga? Certamente não, portanto não condiz com o que quero exprimir.
Quando foi então que dei meus primeiros passos nessa senda que me invadiu, me levando por tortuosos caminhos que talvez não houvesse planejado, mas certamente agradeço por ter iniciado a percorrer? Vejo agora que não posso trilhar com exatidão quando foi que tudo começou. Houveram fatos e momentos marcantes, e desses posso recordar como me senti, mas não posso ter a certeza de afirmar quando tudo começou, nem tentar explicar como me senti no início de algo tão incompreensível.
Descarto então a tentativa de resgatar o passado, e lhes digo como me sinto AGORA, e essa talvez seja a chave desse tolo conflito que iniciei, pois não é de momento presente que se trata o Yoga? Sinto que, mesmo humildemente incompleto e falho, tenho o dever de compartilhar um pouquinho do que tenho vivido nesse caminho com outros, e se de alguma forma conseguir inspirar o leitor, o aluno, o amigo a abraçar seu caminho rumo à uma verdade maior que a da satisfação de seus sentidos, tudo já vai ter valido a pena. Mesmo da minha forma incompleta, nesses anos que não sei quando se iniciaram, venho Vivendo Yoga, e nesse momento em que escrevo e que você lê, ambos o fazemos.
Bem vindo(a).

Namastê,
Hare Krsna.