domingo, 5 de junho de 2011

Reiniciando

Voltei. Nesse tempo em que aqui estou preferi me afastar para tentar absorver um pouco de tudo o que passou. Parece frescura mas desembarcar aqui após meses na Índia não é fácil de entender ou de encarar... Tudo me parece diferente apesar de eu saber que a maior diferença reside dentro de mim e não no exterior, ainda assim ele me parece estranho e confuso. Quais os rumos a tomar, quais as ações, qual o destino... prefiro nesse momento aplicar a lei do distanciamento e deixar que se desenrole sozinho, exercitando fé, entrega, ishwara pranidhana....
Saudade é um sentimento difícil de explicar, acho que é por isso que nem existe em outros idiomas. Penso que saudades surgem do nosso apego à coisas, pessoas, lugares... ao mesmo tempo penso que não posso ser tão duro e rigidamente iogue ao achar que existe algo errado em senti-la, melhor curtir e tirar o que ela pode oferecer e ensinar. Sinto saudades da Índia... assim como quando na Índia sentia saudades daqui.
Existe um sentimento que não consigo denominar, uma sensação que afeta os peregrinos e viajantes e creio que apenas quem já passou por isso possa comprender do que falo. É um sentimento estranho, misto de solidão, nostalgia e uma tristeza que não é triste. É uma melancolia de estar com o pé na estrada... sozinho, ansioso, livre... Quantas vezes senti isso não posso contar, mas nesse momento relembro até desse sentimento e sinto saudades dele.
Quantos apegos mais eu tenho? Quantos mais irei gerar? Honestamente não me importa... se tem algo que aprendi no outro lado do mundo é tudo que é rígido se rompe, portanto não sejamos radicais em nossas ações e escolhas. Abraço meus apegos e minha saudade esperando que sejam propulsores a seguir em frente, e algum dia de volta àquilo que faz meu coração bater mais forte.

A jornada agora vai ser talvez menos aventureira, mas certamente encantadora como a anterior. Sigo nela, sigo AQUI. Bem-vindos novamente.

Haribol,
Namaste.